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sexta-feira, 23 de agosto de 2013

1º FÓRUM CATARINENSE DE ACESSIBILIDADE

          Na noite do dia 21/08/2013, Jaraguá do Sul sediou um evento que pode ter sido o marco de um trabalho voltado para que tenhamos uma cidade realmente acessível. 
               O CREA de Santa Catarina, muito bem representado pelo seu Diretor Regional, o Engenheiro Osmar Günther, em conjunto com o IPPLAN, na pessoa do seu Presidente, também Engenheiro Benyamin Parhan Fard, presentearam a população de Jaraguá do Sul com o PRIMEIRO FÓRUM CATARINENSE DE ACESSIBILIDADE.


Arquiteto Mario Cezar da Silveira e a intérprete de LIBRAS Cristiane Albano

               Além de ter sido prestigiado pela presença do Sr. Prefeito Dieter Janssen, da Chefe de Gabinete Fernanda Klitzke Witkowsky, secretários e representantes de diversos segmentos da sociedade, o evento contou com a presença de 12 surdos, representando a Associação de Surdos de Jaraguá do Sul.

 Eu estava bem acompanhado na mesa com Carlos A. Kita Xavier - Presidente do CREA SC, 
Prefeito Dieter Janssen e o amigo Osmar Günther - Diretor Regional do CREA

Antes do início da palestra, aproveitei para tratar de alguns assuntos do Bairro Rio Cerro II
com o Presidente do IPPLAN, Benyamin Parhan Fard.


               Uma palestra impecável do Arquiteto Mario Cézar da Silveira que abordou de maneira franca e direta, todos os problemas enfrentados pelas pessoas com mobilidade reduzida.
               A organização do evento providenciou duas intérpretes de LIBRAS, se preocupou com a posição correta entre surdos, palestrante e intérprete, destinou lugares adequados para os cadeirantes e o palestrante conferiu com o público se havia algum cego presente, falando fora do microfone, como dita a "etiqueta" de um evento ACESSÍVEL.

Cadeirantes e Surdos na primeira fila, como deveria ser em todos os eventos

               Os temas muito bem abordados, mostraram que os problemas de mobilidade não afetam apenas os deficientes físicos, surdos e cegos, pois todos nós estamos sujeitos a limitações de locomoção, mesmo que em caráter temporário, como no caso das gestantes e de pessoas acidentadas.
                Foram mostradas as normas para construção ACESSÍVEL, tanto nas áreas públicas como em casas e prédios particulares, pois a população de idosos também aumenta a cada dia e eles também sofrem com degraus, calçadas irregulares e barreiras físicas como postes, telefones públicos e lixeiras colocadas de forma irregular nas vias públicas.
                Segundo Mario Cézar, cresce a cada década, a população de pessoas idosas, devido aos avanços da medicina e de deficientes físicos, em virtude  dos acidentes automobilísticos.
                 Para citar apenas um desses dados, ele usou o exemplo de Joinville que tinha pouco mais de 7 mil idosos na década de 1970 e hoje, esse número passa da casa dos 140 mil. Quase um quarto da população da cidade. 
                 A expectativa de vida da população que era de 54 anos em 1970, passou para 74 anos em 2012. Estamos vivendo mais graças aos avanços da medicina, mas nossas cidades não estão sendo preparadas para nos oferecer conforto e segurança em nossa velhice. Estamos criando problemas para nós mesmos.



Um pequeno trecho da palestra

  O mesmo ocorre com as construções particulares que não preveem a possibilidade de um dos moradores necessitar de cadeiras de rodas em caso de acidente ou em sua velhice. As portas internas das casas e apartamentos não permitem a passagem de uma cadeira de rodas, por exemplo.
                Como costuma-se dizer popularmente: "Estamos dando um tiro no próprio pé."
                Precisamos começar a mudar a maneira de construir e também mudar o foco da "mobilidade urbana", priorizando o pedestre, a bicicleta e o transporte público para que tenhamos uma cidade que nos permita viver plenamente e com liberdade de locomoção, em nossa velhice.
                Parabéns ao CREA e ao IPPLAN pela iniciativa de nos brindar com um evento tão importante para o planejamento de uma nova Jaraguá do Sul.

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