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domingo, 29 de julho de 2012

Acessibilidade


Vamos esclarecer algo importante: está correto dizer SURDO, CEGO E CADEIRANTE. Deficiente auditivo ou visual, são pessoas que podem até ouvir ou enxergar parcialmente. Quem não ouve ou não enxerga nada, é SURDO ou CEGO. Eles não se ofendem em ser chamados dessa maneira e até nos corrigem quando falamos em "deficientes auditivos". Deficiente físico, pode apenas não ter uma mão ou andar de muletas. Quem anda em cadeira de rodas é CADEIRANTE.
         
          Quando se fala em "Acessibilidade", as pessoas costumam pensar logo em rampas, banheiros projetados para cadeirantes, ônibus equipados com elevadores para cadeiras de rodas. Esses itens fazem parte da acessibilidade, mas não representam integralmente o verdadeiro conceito desse termo.
          Temos que incluir as necessidades dos cegos, dos surdos e das pessoas com deficiência mental, em qualquer proposta ou projeto que trate desse assunto tão vasto.
           Quando solicitei um projeto arquitetônico para meu escritório de advocacia, solicitei que fosse executado com os recursos necessários para atender os cadeirantes e pessoas com déficit de mobilidade, pois atendemos muitos aposentados, seja por idade ou por incapacidade física. Achei que havia feito tudo para amenizar as barreiras enfrentadas pelos deficientes físicos.
           Na época, não havia conhecido a Paula Markewicz - surda, formada em Administração de Empresas, pós graduada em Gestão de Pessoas - e a Danielle Batistela Moreira que é sua aluna de LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais). Elas começaram a me mostrar todas as dificuldades enfrentadas pelos surdos. Coisas que a maioria de nós, sequer imagina.
            Coordenando o grupo setorial "Acessibilidade" do Plano de Governo do nosso candidato Dieter Janssen, a Paula e a Danielle fizeram várias reuniões com surdos, cegos e cadeirantes. Só então conseguimos visualizar a maneira desumana com que essas pessoas são tratadas pela estrutura municipal totalmente despreparada.
              Prefeitura, Fórum, Secretarias e muitos outros órgãos públicos não possuem qualquer tipo de equipamento que possibilite a "acessibilidade". Nenhum órgão está preparado para receber um cadeirante dignamente, não possuem intérpretes ou funcionários habilitados a se comunicarem em LIBRAS, não existem equipamentos de comunicação visual para os surdos, nem os simples "totens" que serviriam para orienta-los através vídeos e também poderiam atender os cegos com mensagens em áudio e botões com sinais em Braille.
              Soluções simples como construção de rampas, instalação de elevadores, a colocação de um terminal de computador para que os surdos e cegos possam buscar as informações, nada disso foi pensado pelas gestões que passaram pela Prefeitura de Jaraguá do Sul.
              O máximo que fizeram, foi promover alguns jogos, pagar o transporte para que eles pudessem participar de congressos ou encontros, como se a vida deles se resumisse a isso.
               Assistindo o vídeo abaixo, feito por uma "ouvinte" de apenas 10 anos que é estudante de LIBRAS, podemos ampliar o conceito para todos os deficientes:

           Podemos dizer que "nenhum deficiente precisa de caridade. Eles precisam é de RESPEITO."
           Junto com a Paula, a Danielle, a Luiza (menina do vídeo),  alguns representantes dos cegos, dos cadeirantes, dos profissionais envolvidos nessa área, como os intérpretes de LIBRAS (em especial a Isabel), estamos montando as metas de acessibilidade do Plano de Governo da NOVA JARAGUÁ.
           O plano prevê que todos os setores dos órgãos municipais indiquem funcionários para participarem dos cursos de LIBRAS, a imediata recuperação de nossas calçadas, o apoio financeiro e logístico para as associações que agregam pessoas com deficiência, incentivo à prática do esporte e participação nas paraolimpíadas, a inclusão do curso de LIBRAS no currículum escolar do município (já em estudo também no âmbito Federal) e muitas outras medidas que estão sendo sugeridas pelas pessoas que mais entendem do assunto: os surdos, cegos e cadeirantes.
           Essa é a "cara" da NOVA JARAGUÁ! Uma cidade mais humana, mais justa, inclusiva e que seja planejada e administrada para o povo e ouvindo todos os seus cidadãos.

Lei Federal que inclui LIBRAS como disciplina curricular
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/decreto/d5626.htm

          Outro ponto que está sendo abordado é a valorização dos profissionais que atuam nessas áreas. Assista a homenagem feita aos intérpretes de LIBRAS, na pessoa da Cristiane que estava interpretando os discursos da festa de lançamento da campanha da Coligação Nova Jaraguá.


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